Grandes dias, pequenas existências
segunda-feira, junho 13, 2005
  A calmaria e... Prolfaças! =D
(mais calma..)

Então... À coisa de meses atrás fiz uma descoberta completa e absurdamente caída do céu. Foi uma pequena palavrinha que prendeu o meu olhar quando o meu Grande (pela sua grandiosidade e importância) e decrépito "Dicionário da Língua Portuguesa-6ª Edição" me caiu das mãos e ficou ali, jazido aos meus pés, aberto na letra P, aos pés da cama.

A palavra é 'Prolfaças'. Não deve muito à beleza, muito menos ao reconhecimento. Mas tornou-se deveras bonita para mim. Porque nesse dia 12 de um mês que não me recordo bem qual era, eu andava concentradíssima numa correria empreendida pela casa fora a dar os últimos retoques na prenda do Francisco, para lhe ser dada no dia seguinte. Íamos festejar alguns meses de namoro. E a expressão que se plantou na cara dele ao ler a palavra aquela pequena palavra foi algo de maior, de muito maior. Ri e perdi-me no riso, na gozação. De sobrolho alçado, expressão interrogadora, tinha na boca semi-aberta a questão "What tha fuck?! " O_o .
Acalmei-me, num esforço heróico para parar de rir e expliquei-lhe o que significava a palavra. Detestou-a desde então.

Há pouco mais de meia hora, repeti-lha pela quarta vez hoje, deste feito ao telefone.
Implorou-me que me calasse. Ri. Parei para escutar o conselho que me dava.
--Põe essa palavra num poema teu e vais ver o que te acontece. Quando fores uma pessoa com a mania que é escritora e com montes de livros publicados, bastará escreveres essa palavra e será a decepção completa. "Bolas, porque é que ela foi pôr uma palavra destas aqui?? E eu que gostava tanto da obra dela, de seguir a carreira dela..." As expressões horrorizadas... Vais desejar ter-me ouvido...

Pois bem, meu loveeer, aqui fica a (segunda) palavra mais nossa dos nossos vastos vocabulários, aqui à mão de semar, como uma pêga ao alcance de qualquer um, para que todos saibam que hoje festejamos 244 dias de namoro; porque logicamente, fazer 244 dias não acontece sempre, não connosco; é algo que tem de ser comemorado; é motivo para uma cidade inteira parar, claro.
Assim também eu, no dia 244, improviso qualquer coisa. Palavras escritas, só palavras... como dizia a Margarita. Para leres no dia 245. Para leres no 252, no 1099 e no 86690 e te lembrares do 244. Belo dia, esse!
Porque tu... Tu enlouqueces-me maravilhas-me atrapalhas-me apaixonas-me cegas-me confundes-me. Tu inspiras-me. Tu tu tu tu tu tu tu tu tu tu tu ..... Quero tanto de ti e tão próximo que anseio que fosses o ar, o chão, as paredes, tudo. Que tudo o que tocasse fossem os teus braços. Que tudo o que sentisse fossem os teus lábios. Como quando fecho os olhos e tudo o que não vejo és tu. Como quando não durmo e tudo o que sonho és tu. Contigo não consigo respirar. Sem ti não consigo viver. Quero estar tão dentro de ti que nem a luz do dia exista para mim. Quero abraçar-te tanto que todo o mundo colapse e desapareça num pequeno ponto entre os meus braços. Toca-me com as tuas mãos. Faz-me desaparecer com a tua pele. Sufoca-me na tua língua. Arrasta-me pelo ar com o teu perfume. Mata-me de vez. TU se fosses chuva, do céu só cairiam pérolas ... E até o chão gritaria de prazer.
(Maria Teresa Horta)

Por tudo isto: Prolfaças a nós!!! J.A.V.

Prolfaças, s. m. pl. parabéns.
 
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