Grandes dias, pequenas existências
quinta-feira, julho 28, 2005
  Planeio dormir sem fim
Last week I had the strangest dream where everything was exactly how it seemed, where there was never any mystery of who shot John F. Kennedy. It was just a man with something to prove, slightly bored and severely confused. He steadied his rifle with his target in the center and became famous on that day in November.

Don't wake me, I plan on sleeping in

Again last night I had that strange dream where everything was exactly how it seemed. Concerns about the world getting warmer; people thought that they were just being rewarded for treating others as they'd like to be treated, for obeying stop signs and curing diseases, for mailing letters with the address of the sender.
Now we can swim any day in November.

Don't wake me, I plan on sleeping in (Now we can swim any day in November).

Dispensam-se quaisquer comentários meus. Em contrapartida, os vossos aqui são esperados. J.A.V.
 
terça-feira, julho 26, 2005
 
Dia 26 de Julho de 2005, 21horas e 08 minutos: Chove lá fora... J.A.V.
 
segunda-feira, julho 25, 2005
  Estação da Reboleira II
A propósito da desumanidade da estação da Reboleira no dia 18 de Julho de 2005:

Estou a ouvir música e o que sempre pensei que era "i'm so ashamed" toma uma nova forma nos meus ouvidos; afinal o que foi sempre cantado foi "answer machine"...
Este excerto da música fica portanto qualquer coisa assim: Insecure, what you're going to do? Feel so small, they could step on you! Called you up, answer machine, when the human touch is what I need.

É o toque humano o que falta à estação... e às pessoas. Na minha cabeça, na Amadora e nas aparelhagens. J.A.V.
 
  P.S. (Re)Lembrar..

Mais uma tarde de reaparições... Encontrei duas coisas: uma música e uma fotografia.
Ambas esquecidas, ambas (re)lembradas. As descobertas de uns são as delícias de outros.
Pois que elas sejam um regalo (também) para os vossos olhos. Permitam-se também vocês deliciarem-se. J.A.V.


P.S.
You're a weapon of devotion
Keep the faithful entertained
You're a lover of attention
Found a way to pawn the soul
Disposition may be fetching
But the world moves on and leaves you far behind
I hear you, I hear you, whispering such gorgeous stories
I see you, I see you, trying to break free
You liar, you liar, you can't live the dreams you're spinning
You liar, love to be deceived
You're falling, you're falling, falling from your God-like distance
You're fashion, just fashion, fashion doesn't keep
You're sour, so sour, all is hope and trust is misplaced
You're sour, now you are alone
Walking on fire, feel the way the world's inclining
Walking on fire, hate to deceive
Walking on fire, now the world will keep its distance
Walking on fire, you rather than me
My son says, dear father, what did you do when the world turned over
Stop singing, keep spinning, send us off to sleep
You liar, you liar, all your words are just dust in moonshine
You liar, love to be deceived
Walking on fire, found a place away from humans
Walking on fire, hate to deceive
Walking on fire, now the world will keep its distance
Walking on fire, you rather than me
(James, "Laid" 1993)
 
domingo, julho 24, 2005
  Comptine d'un autre été: L'après midi
É de tarde que se descobrem as flores nos jardins. É de tarde? Os arums só abrem de noite...
Se calhar não é de tarde. Mas é de tarde que eu descubro a beleza indescritível de uma única pessoa. Foi nesta tarde que a (re)descobri como me apraz fazer todos os dias que estou com ela.
Chama-se Madalena. Quando a ouço sussurrar ao meu ouvido a "música da praia", a vejo agarrada à boneca das tranças ou a fazer contas de dividir, o significado multiplica-se. A pedir-me com os olhos para calçar mais uma vez todos os meus sapatos e a pôr os meus batons no bolso...
E todos os dias, quando a vejo partir, o meu coração despedaça-se um bocadinho mais e uma lágrima corre-me pela face.

A música infantil de um outro Verão afinal não é só de tarde que é ouvida. É a música de todos os Verões, os Verões da minha vida passados ao lado da esplêndida Madalena e a ouvi-la sussurar a "música da praia", a vê-la agarrada à boneca das tranças, a fazer contas de dividir; a aceder aos olhos e aos pés dela, a fingir mais uma vez que não vejo os batons caírem do vestido dela para o chão.
E todos os dias, vê-la partir, e chorar porque um dia o meu coração despedaçar-se-á por completo. Porque um dia uma pessoa grande em ponto pequeno vai fazer falta no mundo.

Gostava de conseguir explicar a mim mesma o porquê de chorar quando me despeço dela todos os dias. Mas todos os dias ela guarda a melhor frase das nossas existências conjuntas para a despedida. Hoje o sussurro pareceu: "Madrinha, este buraquinho aqui no meu dedo, estás a vê-lo? Foi na mesa da sala mas não dói porque eu posso só ter 17 kgs mas para o ano vou para a escola aprender a escrever para te escrever um poema. Gostas de poemas não gostas, madrinha?"

Abraça-me, pessoa perfeita. Ao fundo toca uma Comptine d'un autre été e Le Moulin e nós somos felizes neste segundo, não somos Madalena? Como te amo, pequena dos olhos grandes.
Até à próxima tarde. J.A.V.
 
sexta-feira, julho 22, 2005
  A CHARLOTTE CASIRAGHI ESTÁ GRÁVIDA
Não sou muito de ir nestas coisas de boatos e histórias de papparazzi mas.... se isto for realmente verdade, está para princípios de 2006 a aparição de uma criança lindíssima, assim quase que perfeita fisicamente!! Enfim... J.A.V.
 
quinta-feira, julho 21, 2005
  Apenas... respirar

Há dois lados nos dias humanos: há o lado positivo e o negativo. Como nas pilhas alcalinas; são dois pólos que balançam e mantêm o peso e a medida das vidas da humanidade que aqui em baixo se arrasta.
Mas hoje o meu pólo positivo foi completamente arrasado pelo negativo, algo completamente improvável que acontece poucas vezes na História universal. Poucos vivem sequer para contá-lo. Mas aconteceu-me.

E faltam-me as palavras para descrevê-lo. Quem viveu a mais real das minhas histórias próximo a mim no último ano e alguns meses saberá o que sinto neste momento. Não! Desculpem, mas nem vocês conseguirão compreender-me.

De um momento para o outro, voltámos a Junho de 2004. E fiz-te sofrer de novo, estúpida e egoístamente. Meu Deus, é tão bonito quando sorris. Sei que não vais ler isto, não tens por hábito ler religiosamente o meu blog. E eu amo-te por isso.
E por olhares para dentro da minha alma todos os dias, mesmo que não estejamos juntos. E por elevares o meu gelado ao infinito; por me aconchegares tantas tantas vezes, não só com mantas; por discutires comigo outras tantas vezes por causa do meu mau feitio ou por estarmos de acordo!, só nós discutimos por estarmos de acordo; por sorrires mesmo quando te mordo o nariz com toda a força e te ponho de lágrimas nos olhos. Por sermos simples e perfeitos na nossa pureza de amantes inigualáveis E amo-te ainda mais pelos postais que me dás, pelas coisas simples que me dizes e que não são nem de perto comparáveis a seja o que for. Somos não convencionais e eu amo a palavra "Nós" e o que ela significa realmente aplicada a duas pessoas como as que somos.

Não te quero pedir desculpa. As lágrimas correm-me pelas bochechas e não consigo respirar... só quero conseguir respirar, pensar nas injustiças e no que é suposto fazer em determinadas situações. Assustas-me. Não és só o meu medo, és a ursa maior e és o desejo de ter um botão de rewind em que possa carregar algumas vezes por saber que raras mas certas vezes nos magoamos assim. Nao quero que nos magoemos.
Porque não podemos saltar por atalhos quando entramos por certos caminhos e a vida é uma hora; e olho para o gelado na mesa e sorrio...A vida é uma hora e há gelado na mesa... E eu só quero respirar..

E neste momento, faltam-me ainda mais as palavras. Bolas, como é bonito quando ele sorri e eu só o quero abraçar... Se calhar devia cantar sobre isso.

Há uma luz no fim de cada túnel, gritamos porque estamos tão dentro dele como algum dia estaremos fora dele. E estes erros que se cometem serão cometidos de novo; se ao menos tentássemos dar a volta...

Sinto que se escrever isto tudo, assim com estas palavras, estes sentimentos que agora me habitam deixarão de estar cá dentro a ameaçar a minha vida, a vida a quem eles pertencem.

Mas sinto-me nua em frente a uma multidão porque estas palavras são o meu diário a gritar a plenos pulmões e um dia prometi-lhe que as melhores palavras seriam apenas para ele e que nunca seriam umas putas à mercê de qualquer um.
E sinto-me a entrar num quarto com olhares acusadores na minha direcção, como se eles tivessem qualquer direito de me criticar! Hipócritas, vocês estão todos neste quarto pela mesma razão que eu.

Portanto enterremos as nossas cabeças nas nossas mãos e ... respiremos.

Continuo a saber que és a minha sublimação, que somos a sublimação um do outro. A nossa pilha conjunta não tem de ter equilíbrio, prometo-te que não. Só quero ... respirar. Apenas respirar e poder olhar também a tua alma e assegurar-te que até nestas alturas podes chorar com certezas e chorar feliz. E respirar. J.A.V.
 
quarta-feira, julho 20, 2005
  Liberdade

Obrigada Quino, por defenderes a minoria dos baixos!! A Liberdade sempre foi a maior!
 
segunda-feira, julho 18, 2005
 
A estação de comboios da Reboleira sempre foi estranha aos meus olhos. Hoje descobri que é porque lhe faltam bilheteiras com pessoas a atender-nos. Só há máquinas e lojas paradas no tempo e uns azulejos mal amanhados que cobrem as paredes e escondem a mágoa dos que por ali vagueiam, a falta de humanidade que ali se sente. J.A.V.
 
domingo, julho 17, 2005
  Mr. Jones, i missed you so!
De volta à internet. Começa a sentir-se falta do que se julgou que nunca se sentiria falta. São os poderes da blogomania.
Mas não. Não acho que seja blogomania, não no meu caso.
Continuo sem saber bem para quem escrevo, se não para o Miguel e para mim mesma. Mas a necessidade de aqui vir escrever invade-me com a mesma intensidade, ainda assim.
E sou felicíssima por poder escrever aqui, se não para o Miguel e para mim mesma.
Isto da felicidade causa-me engulhos; mas não deixa de ser uma sensação... haum, uma sensação boa. Boa?! Não sei ...

Tenho pensado numa coisa que me faz imensa confusão na consciência e no meu ser por inteiro. Tentamos escrever o que queremos, o que achamos que os outros devem saber, ou o que queremos tentar descrever. Mas não conseguimos.
Voltamos à dor de pensar pessoana. Como é possível? Não é possível. Não é possível escrever o que se nos vai na alma; é completamente inútil tentar descrever a melodia de uma música belíssima que nos ilumina o espírito, é impossível escrever o sorriso de uma pessoa que passa por nós na rua, que vendo-nos cabisbaixos, nos transmite que não estamos sozinhos; é absurdo encher páginas e páginas com o sentimento de se ler determinado poema ou de se receber determinado estímulo de um dos cinco sentidos ou de outros mais... E é tudo tão.. efémero. Preciso de blocos como do ar e, no entanto, nunca consigo gostar de nada, não consigo perdoar-me sequer por não conseguir descrever uma pequenina ínfima parte do que está dentro de mim e que queria mostrar, que queria que o mundo visse.
E chamam-me sonhadora e idealista... Pois eu vou continuar aqui. A achar que é digno e bonito escrever sempre mais para combater o exorável. E a ser feliz por isso. Com ou sem engulhos.

Repentinamente, sinto uma necessidade ainda maior de aqui deixar uns escritos. Meus e não meus. Maioritariamente para mim. Para marcar o meu regresso, eles aqui ficam. J.A.V.

Correr
Running to catch up again, jumping higher and flying more often than not.Your trampoline has got holes in it but I can still see the top. Let me climb aboard and sample some of next years fashion: I'll wear the coat if you can put the hat on, I will wear the coat, just let me clear my throat so I can say what's been delayed away. Let me crawl into your lap and just lay here for awhile, satisfied by your seduction like a handshake would do the job. Never know how long I have waited, anticipated your smile to be pressed against mine. Well I feel it and I'm gonna settle tight. She could pour me over this sugar hill or mountain; until I get that cool breeze, tight squeeze, I'd do it over again and I drink from her ever flowing fountain and then I wake up I comb my hair and I hurry it up. But I arrive late I pack my things and I pick it up... Well I put down a good amount of deodorant on this morning, and I found that I could drown a little bit of peace of mind. 'Cause it's no secret that to some degree they're gonna have to see you sweat, strong enough for a man just do what you can to keep me soft and dry, I stink awhile. I don't know anything about those things, I almost don't wanna know anything about those things and I don't care anything about those things 'cause if I did you know I'd share myself on those things. And I feel it. I'll be here all night, I'll pick up the pieces and I put them back together now. They may not be the right way but that's okay as long as they're all the same. I wish that you'd get better, and I know you'll find that it's a wild world. And if you had noticed ...well would you have thrown the towel in? Before I missed out on all this love, and watch me roll away again, watch me disappear under my skin. I don't believe it, that things could get any worse than they did that time. You must have seen it. I mean, how could we get lost running in a straight line?? Your cries of why's and why not's, may it all get back to you and trickle and dance upon your headaches, years of biting cheeks are through. So I don't believe in it. But I feel it.*
 
sábado, julho 02, 2005
  Live Aid - It is NOT a victory march!
Sintonizando a radiofonia que percorre as divisões da minha casa, os meus olhos inundando-se de água salgada... Hoje unem-se os saltos e as respirações sincronizadas com o melhor da música, pelo melhor do mundo.
É tudo tão avassalador de um modo bom. Ou mau. Não sei distinguir o que sinto.
Passados vinte anos continua a ser preciso fazerem-se mil concertos ao mesmo tempo em montes de cidades do mundo, para se poder chamar à atenção as carências que uns passam e outros ignoram. Eu não temo a morte. Não temo a morte porque sei que morra quando morrer terei tido tudo o que pude, amor pouco ou muito, pequeninas coisas chamadas felicidade, chuva no cabelo de mão dada com alguém, olhar de frente para o sol e sentir-me cheia.
Porque é que isto é assim? Eu, temporariamente surda e cega, a andar pelas divisões desertas da minha casa, a gritar e a chorar... Eles, eternamente esfomeados e doentes, a andar pela terra batida de km's e km's, a sorrir e a morrer cada minuto mais um bocadinho... Eles, os outros, a saltar ao som de boa música, em alguma capital do mundo, e a gritar, de pulseiras brancas empunhadas.

Nada disto me saiu como queria. Mas não consigo sequer tentar reescrever de outra forma o que gostava que o mundo percebesse e que não percebe. Que talvez nem eu percebo, eu que tenho uma casa com uma radiofonia que se estende a todas as divisões e comida na mesa e as vacinas em dia.
Lá dizia Vedder, "It's sad...". E é tudo tão tão triste.

Mas sorrimos ao ouvir uns Duran Duran, uns Muse, ou uma Bittersweet Symphony, de um Richard Ashcrofft aliado a um Chris Martin.
Porque é preciso sorrir. E lembrar. Lembrar que isto não é uma vitória, ainda não. J.A.V.

'Cause it's a bittersweet symphony, this life
Try to make ends meet
You're a slave to money then you die
I'll take you down the only road I've ever been down
You know the one that takes you to the places
where all the veins meet yeah,
No change, I can change
I can change, I can change
But I'm here in my mold
I am here in my mold
But I'm a million different people
from one day to the next
I can't change my mold
No, no, no, no, no
Well I never pray
But tonight I'm on my knees yeah
I need to hear some sounds that recognize the pain in me, yeah
I let the melody shine, let it cleanse my mind, I feel free now
But the airways are clean and there's nobody singing to me now
No change, I can change
I can change, I can change
But I'm here in my mold
I am here in my mold
And I'm a million different people
from one day to the next
I can't change my mold
No, no, no, no, no
I can't change
I can't change
'Cause it's a bittersweet symphony, this life
Try to make ends meet
Try to find some money then you die
I'll take you down the only road I've ever been down
You know the one that takes you to the places
where all the things meet yeah
You know I can change, I can change
I can change, I can change
But I'm here in my mold
I am here in my mold
And I'm a million different people
from one day to the next
I can't change my mold
No, no, no, no, no
I can't change my mold
No, no, no, no, no,
I can't change
Change my
No, no, no, no, no
It justs sex and violence melody and silence
It justs sex and violence melody and silence
I'll take you down the only road I've ever been down
It justs sex and violence melody and silence
I'll take you down the only road I've ever been down
Been down
Ever been down
Ever been down
Ever been down
Ever been down
Have you ever been down?
Have you ever been down?
Have you ever been down?
("Bittersweet Symphony"- The Verve)
www.live8live.com
 
Complexo e intangível,nervoso e irrequieto, intrincado e obnubilante, balbúrdico e heteróclito, marafado e perscrutante, mírifico e adstringente, contráctil e obstipante, cataclísmico e necrófilo, hemorrágico e micótico,extra-fofinho ou nada fofinho, observador e acutilante.. ou nem tanto... Truísmos (extra)ordinários (des)mistificados aqui partilhados.

Escreve-me:
ursula.iguaran@hotmail.com


(os ditos tempos já decorridos):
maio 2005 / junho 2005 / julho 2005 / agosto 2005 / setembro 2005 / outubro 2005 / novembro 2005 / dezembro 2005 / janeiro 2006 / fevereiro 2006 / março 2006 / maio 2006 /


Powered by Blogger