Black
Há depois uma raça que, não considerando superior porque sem intenção de menosprezar as já referidas personagens dessas valsas desonestas, baseia a sua existência na existência de uma verdadeira relação puramente recíproca. Desta raça fazem parte, apenas e só, as estrelas. Não sei, contudo, caro Wilde, se as personagens destas valsas já honestas (honestíssimas) nascem estrelas. Acredita no destino? Penso que o nascer-se predestinado é uma criação de falsa (ou verdadeira, porque não?) segurança auto-concedida. Por estrelas e por valas que se julgam estrelas. Mas com ou sem destino concedido, uma estrela encontra um dia uma estrela. São duas estrelas que não eram estrelas até um dia uma encontrar a outra, ou melhor, se encontrarem. E deixam de ser valas assim mesmo, no instante em que nasce a aliança que se alicerçará numa imensidão de ética e de sentimentos bonitos compartilhados; que, ao de leve pousados numa balança de mercearia, mostram que há estrelas, raro, que brilham na eterna certeza de um apego romanticamente sonhado e, para sempre, humildemente desacreditado.
"I know you'll be a star in someone else's sky; but why, why can't it be mine?"